A política da banda larga.

10 de junho de 2010


O presidente Lula deverá abrir no próximo dia 23 de junho os trabalhos de um Fórum da maior importância para o desenvolvimento do Brasil. Trata-se do Fórum Digital, destinado, principalmente, a formular a política pública da popularização da internet de banda larga no País.

Enquanto a recém criada Telebrás trata das questões da infra-estrutura para implementação da banda larga nos quatro cantos do Brasil, provavelmente em parcerias com operadoras como a OI, a VIVO e outras, o Fórum Digital vai tratar de temáticas como: conteúdo; aplicações e serviços; qualificação; empreendedorismo; política tecnológica; e outras.


Tudo isto, como se sabe, é da maior importância para a entrada do Brasil na Era da Sociedade do Conhecimento, incentivando a inclusão digital e a disseminação da economia da inovação e do empreendedorismo.

A pertinência da escolha do caminho da inclusão digital e da inovação pode ser demonstrada em boa hora.

Com efeito, o país comemora a divulgação do forte crescimento do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2010, em ritmo só superado no mundo pelo crescimento chinês. Mas, também, ao mesmo tempo, o país convive com o alerta dos economistas sobre supostos “perigos” inflacionários desta “ultrapassagem” do patamar do chamado PIB potencial. Estima-se que o crescimento previsto para 2010 - entre 6.0% e 7.0% - poderá gerar mais inflação, em decorrência de problemas como baixa poupança ; carência de infra-estrutura; e carência de educação profissionalizante.


Pois bem. A inclusão digital, a disseminação do conhecimento, a economia da inovação, e os conseqüentes ganhos de produtividade, terão, no tempo, exatamente o efeito de, para usar o jargão dos economistas, aumentar o PIB potencial do Brasil.

Por isto, a instalação deste Fórum Digital é da maior importância. A banda larga tem pelo menos quatro grande campos de repercussões: efeitos na educação ; efeitos nas atividades de comércio e serviços ; efeitos nas operações dos governos eletrônicos ; e efeitos na produção de informações e entretenimentos.


Não é pouca coisa. Com estas quatro grandes repercussões, ela permitirá a consecução dos objetivos (a) do incremento da cidadania, através da inclusão digital; (b) da melhoria da gestão pública, através dos governos eletrônicos; e (c) da disseminação do processo de comunicação, através da melhoria e ampliação dos fluxos de informações.


Mais especificamente, a banda larga tem, digamos, múltiplas serventias. Do ponto de vista dos cidadãos, ela amplia as possibilidades de evolução educacional e desenvolvimento social, ao mesmo tempo em que permite formas superiores de lazer e cultura.

Do ponto de vista dos governos, a internet de banda larga é um instrumento poderoso para a execução de políticas públicas, principalmente nas áreas de educação, saúde e segurança. É, também, um instrumento para a ampliação dos canais de comunicação entre governos e cidadãos, permitindo a democratização da democracia.


Por último, do ponto de vista das empresas, a banda larga permite a integração de pequenas e médias empresas produtivas às cadeias produtivas das grandes empresas. Permite, também, maior interação com fornecedores e compradores. E, na era da globalização, permite a ampliação das interações internacionais.


Século Diário - Antônio Medeiros

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