Descentralização e colaboração na campanha nas redes sociais
Velho conhecido da turma geek, Marcelo Branco diz gostar de desafios. Por isso, participar do primeiro processo político onde a internet pode ser decisiva foi um dos motivos que o atraiu para o comando da campanha online da candidata do PT, Dilma Rousseff. A identificação com o governo Lula e a relação que tem com a candidata, desde que ela, nos anos 90, atuou como secretária de Minas, Energia e Telecomunicações do governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul, também fizeram diferença na hora de aceitar o convite.
Organizador da Campus Party, um dos principais eventos de cultura digital do país, durante três anos, o gaúcho é ainda um dos fundadores do Fórum Internacional do Software Livre. Sua conhecida militância pela construção colaborativa de conteúdos deve marcar também seu trabalho com a candidata do PT. Segundo Branco, sua estratégia de campanha digital pode ser resumida numa palavra: descentralização.
- Não há como fazer uma campanha política nas redes sociais de forma centralizada, apenas através de marqueteiros e publicitários. A campanha nas redes sociais, pela dimensão que precisa ter, deve ser feita por milhares de pessoas.
Para chegar a esse número, ele desenvolveu algumas estratégias. Uma delas é o trabalho de aglutinação das diversas iniciativas espontâneas de apoio à candidata. Outra é a Caravana Digital, série de encontros por todo o Brasil com colaboradores, blogueiros e twitteiros, onde Branco compartilha suas ideias sobre o uso da internet no processo eleitoral.
- O objetivo é a mobilização. Eu compartilho com eles algumas experiências da campanha, recebo um retorno e juntos descobrimos a melhor forma de fazer. Todos estamos aprendendo. Acho que a internet recupera o sentido do voluntariado numa campanha política e isso ajuda na qualificação da democracia. Milhões de pessoas que não participariam do processo, se não fosse a rede, agora vão ter a chance de participar.
Apesar de todo seu entusiasmo com a rede, o coordenador não acredita que a internet por si só tenha força para mudar os rumos da eleição. Por outro lado, ele crê que a participação mais ativa dos eleitores pode suscitar discussões e transformar a rede num espaço de organização dos conteúdos. Uma espécie de "pré-debate", que deixaria os candidatos mais preparados.
- Esse debate horizontal que vai se dar nas comunidades virtuais pode criar argumentos e conteúdos para o debate offline, onde, de fato, a eleição vai se decidir.
Como os outros principais candidatos, Dilma Rousseff está presente na rede com perfis no Orkut, Facebook, Twitter e YouTube, além de álbuns de fotos no Flickr. No Orkut - mais popular rede social do país - há dezenas de comunidades criadas a favor da candidata, com até 13 mil membros. Mas ela também é alvo de rejeição: o grupo "Dilma Rousseff, NÃO" conta com mais de oito mil integrantes.
Da mesma forma que incentiva os voluntários e colaboradores, a rede também desperta os detratores. A candidata já foi alvo de críticas durante sua pré-campanha digital. Uma das mais emblemáticas aconteceu em abril deste ano, quando Dilma Rousseff cometeu uma série de gafes em vídeos exibidos em seu site. Sobrou até para Marcelo Branco que, na época, precisou conviver com boatos de que seria demitido. Mas ele considera positiva essa convivência mais próxima com os eleitores.
- A internet coloca o candidato na mesma matriz de mídia do eleitor. Assim como ela deixa a empresa de comunicação na mesma matriz do público. É a primeira vez que a humanidade está experimentando uma forma de comunicação onde não há hierarquia no potencial tecnológico do candidato, da empresa de comunicação ou do público - opina Branco, que defende a naturalidade acima de tudo nas campanhas digitais. - É óbvio que na internet não existe superprodução. O diferencial da rede é mostrar o candidato como ele é, como ele acorda, falando algo que ainda não disse em lugar nenhum. A internet precisa ter esse caráter inédito, pouco convencional e, sendo pouco convencional, ela mostra o lado mais humano, que não aparece em TV. E, claro, sendo mais humano, ele será um candidato que pode esquecer um número ou um dado, como todos nós.
Velho conhecido da turma geek, Marcelo Branco diz gostar de desafios. Por isso, participar do primeiro processo político onde a internet pode ser decisiva foi um dos motivos que o atraiu para o comando da campanha online da candidata do PT, Dilma Rousseff. A identificação com o governo Lula e a relação que tem com a candidata, desde que ela, nos anos 90, atuou como secretária de Minas, Energia e Telecomunicações do governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul, também fizeram diferença na hora de aceitar o convite.
Organizador da Campus Party, um dos principais eventos de cultura digital do país, durante três anos, o gaúcho é ainda um dos fundadores do Fórum Internacional do Software Livre. Sua conhecida militância pela construção colaborativa de conteúdos deve marcar também seu trabalho com a candidata do PT. Segundo Branco, sua estratégia de campanha digital pode ser resumida numa palavra: descentralização.
- Não há como fazer uma campanha política nas redes sociais de forma centralizada, apenas através de marqueteiros e publicitários. A campanha nas redes sociais, pela dimensão que precisa ter, deve ser feita por milhares de pessoas.
Para chegar a esse número, ele desenvolveu algumas estratégias. Uma delas é o trabalho de aglutinação das diversas iniciativas espontâneas de apoio à candidata. Outra é a Caravana Digital, série de encontros por todo o Brasil com colaboradores, blogueiros e twitteiros, onde Branco compartilha suas ideias sobre o uso da internet no processo eleitoral.
- O objetivo é a mobilização. Eu compartilho com eles algumas experiências da campanha, recebo um retorno e juntos descobrimos a melhor forma de fazer. Todos estamos aprendendo. Acho que a internet recupera o sentido do voluntariado numa campanha política e isso ajuda na qualificação da democracia. Milhões de pessoas que não participariam do processo, se não fosse a rede, agora vão ter a chance de participar.
Apesar de todo seu entusiasmo com a rede, o coordenador não acredita que a internet por si só tenha força para mudar os rumos da eleição. Por outro lado, ele crê que a participação mais ativa dos eleitores pode suscitar discussões e transformar a rede num espaço de organização dos conteúdos. Uma espécie de "pré-debate", que deixaria os candidatos mais preparados.
- Esse debate horizontal que vai se dar nas comunidades virtuais pode criar argumentos e conteúdos para o debate offline, onde, de fato, a eleição vai se decidir.
Como os outros principais candidatos, Dilma Rousseff está presente na rede com perfis no Orkut, Facebook, Twitter e YouTube, além de álbuns de fotos no Flickr. No Orkut - mais popular rede social do país - há dezenas de comunidades criadas a favor da candidata, com até 13 mil membros. Mas ela também é alvo de rejeição: o grupo "Dilma Rousseff, NÃO" conta com mais de oito mil integrantes.
Da mesma forma que incentiva os voluntários e colaboradores, a rede também desperta os detratores. A candidata já foi alvo de críticas durante sua pré-campanha digital. Uma das mais emblemáticas aconteceu em abril deste ano, quando Dilma Rousseff cometeu uma série de gafes em vídeos exibidos em seu site. Sobrou até para Marcelo Branco que, na época, precisou conviver com boatos de que seria demitido. Mas ele considera positiva essa convivência mais próxima com os eleitores.
- A internet coloca o candidato na mesma matriz de mídia do eleitor. Assim como ela deixa a empresa de comunicação na mesma matriz do público. É a primeira vez que a humanidade está experimentando uma forma de comunicação onde não há hierarquia no potencial tecnológico do candidato, da empresa de comunicação ou do público - opina Branco, que defende a naturalidade acima de tudo nas campanhas digitais. - É óbvio que na internet não existe superprodução. O diferencial da rede é mostrar o candidato como ele é, como ele acorda, falando algo que ainda não disse em lugar nenhum. A internet precisa ter esse caráter inédito, pouco convencional e, sendo pouco convencional, ela mostra o lado mais humano, que não aparece em TV. E, claro, sendo mais humano, ele será um candidato que pode esquecer um número ou um dado, como todos nós.
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